Nada acerca de tudo
O nascimento deste livro é estranho. Não foi muito pensado e nem sequer incide sobre algo que eu tenha trabalhado previamente. Quase toda a minha vida literária anterior alternou entre o romance e o ensaio essencialmente social. Sobretudo este, que culminou com o humanidade por cumprir, livro que acabou por ser uma espécie de resumo alargado de todo o meu arsenal filosófico, antropológico, sociológico, etc..
Por isso, ainda hoje não percebo muito bem o que aconteceu: sentei-me um dia e comecei a desenrolar uma temática que nunca tinha abordado antes: a da Filosofia da Arte. No entanto, e como explico no livro, acabo por constatar que ele veio tentar resolver uma questão essencial que trago desde os 14 anos: como distinguir a arte “maior” da arte “menor” (na altura, a minha preocupação era apenas a música…)? No fundo, se extrairmos toda a divagação ficcional e as recordações que me foram nascendo ao longo da escrita, o livro é apenas uma tentativa de resposta a essa pergunta aparentemente tão simples que me fiz ao deixar a infância para trás.