O efémero e a eternidade

Este meu terceiro romance tentou fugir à horizontalidade, como dizia o Vergílio Ferreira, ou seja, ao privilégio do enredo, à valorização da história que se vai contando. Assim, tem uma estrutura díptica: de um lado, o romance – já por si dividido em 3 narrativas diferentes que se percebe logo estarem interligadas –; do outro, estão fragmentos muito diversos: desabafos, explicações acerca dos personagens ou do que vou escrevendo, historietas breves, textos diarísticos, eu sei lá. No entanto, não consegui totalmente os meus intentos e não evitei algum suspense, que acabei por manter.

Este livro poderia chamar-se O Homem (os efémeros era o que Hermes chamava aos humanos na peça do Prometeu, de Ésquilo) e a Arte (eterna por definição). E fala da oposição entre o poder dos deuses e o amor dos homens, numa Grécia muito antiga e numa Roma mais ou menos actual.